Assim como pontua o administrador de empresas, Fernando Trabach Filho, a transparência nas contas públicas é um dos pilares fundamentais de uma democracia saudável e de um governo responsável. Nos últimos anos, a demanda por maior clareza sobre como os recursos públicos são administrados tem se intensificado, principalmente com o advento das novas tecnologias.
Confira a seguir como a tecnologia pode contribuir para aumentar a transparência nas contas públicas e melhorar a fiscalização governamental.
Como a tecnologia está facilitando o acesso às informações públicas?
Nos últimos anos, diversas plataformas de dados abertos foram criadas para facilitar o acesso à informação sobre o uso de recursos públicos. Ferramentas como o e-SIC (Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão), que permite aos cidadãos solicitar informações detalhadas sobre as contas públicas, e portais de transparência estaduais e municipais, têm desempenhado um papel importante nesse processo. Essas plataformas promovem o acesso facilitado e rápido, permitindo que qualquer cidadão tenha a possibilidade de monitorar como os recursos são alocados e gastos pelo governo.
Além disso, muitas dessas plataformas oferecem informações em tempo real, o que possibilita uma fiscalização mais constante e detalhada. De acordo com Fernando Trabach Filho, isso significa que os cidadãos, ONGs e até mesmo jornalistas podem acompanhar, quase que instantaneamente, o fluxo de recursos, as licitações realizadas e os contratos firmados, aumentando a pressão sobre os gestores públicos para uma gestão responsável e ética dos recursos.
Quais ferramentas tecnológicas estão revolucionando a fiscalização governamental?
Ferramentas como a inteligência artificial (IA) e a análise preditiva têm potencial para transformar a fiscalização das contas públicas. A IA, por exemplo, pode ser utilizada para identificar padrões e anomalias nos gastos públicos, detectando possíveis fraudes ou desperdícios. Algoritmos podem ser programados para monitorar as transações financeiras e identificar comportamentos atípicos, o que pode ser crucial para prevenir a corrupção.

Além disso, a análise de grandes volumes de dados (big data) está ajudando os governos a monitorar e avaliar o impacto de suas políticas públicas de forma mais eficaz. Com a análise de dados históricos e a utilização de modelos preditivos, os gestores públicos conseguem projetar cenários futuros mais precisos, além de identificar áreas onde os recursos estão sendo mal alocados.
Segundo destaca Fernando Trabach Filho, administrador de empresas, plataformas de monitoramento em tempo real também têm se expandido. Com o uso de ferramentas como blockchain, que garante a integridade e a rastreabilidade das informações, os contratos governamentais podem ser auditados de maneira mais eficiente e transparente. Isso garante que os processos sejam imutáveis, o que é essencial para a construção de confiança entre o governo e os cidadãos.
Quais desafios a implementação da tecnologia na fiscalização das contas públicas enfrenta?
Embora a tecnologia ofereça uma série de benefícios para a fiscalização das contas públicas, sua implementação não está livre de desafios. O primeiro obstáculo é a falta de infraestrutura tecnológica adequada em algumas áreas, especialmente em regiões mais afastadas ou com menor desenvolvimento. A falta de acesso à internet de qualidade e a falta de capacitação dos servidores públicos para manusear as ferramentas tecnológicas são barreiras que ainda precisam ser superadas.
Por fim, como frisa Fernando Trabach Filho, a segurança da informação é uma preocupação constante. Com o aumento do uso de plataformas digitais para compartilhar dados sobre as finanças públicas, os governos devem garantir que esses sistemas estejam protegidos contra invasões, vazamentos ou ataques cibernéticos, o que exige investimento em cibersegurança e protocolos de proteção de dados.
Autor: Semyon Kravtsov