Em razão da maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul, o prefeito de Bagé, Divaldo Lara, emitiu comunicado à população de Bagé na manhã desta terça-feira (7). Acompanhado do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDI), Bayard Paschoa Pereira e do secretário de Educação e Formação Profissional (Smed), Omar Guilhano, o prefeito informou sobre a atual situação do município dentro do quadro de calamidade do Rio Grande do Sul.
Dificuldade na obtenção de alimentos e combustível
Conforme o chefe do Executivo municipal, Bagé está enfrentando um problema sério de abastecimento, devido à interdição de várias estradas. O desabastecimento de produtos de hortifruti já é sentido na cidade. Além disso, Bagé também enfrenta a baixa disponibilidade de combustível para abastecimento de veículos. “Há uma previsão de esgotamento tanto da gasolina quanto do diesel. Conseguimos manter uma reserva técnica emergencial em posto de combustível para as ambulâncias e também para a força policial aqui em nossa cidade”, detalhou Divaldo Lara.
O chefe do Executivo também mencionou que o transporte público do município passará por alterações devido à dificuldade na obtenção de combustível para a manutenção das linhas. “Entre hoje (terça-feira) e amanhã faremos uma reunião que definirá o quanto nós teremos condições de manter o transporte público em Bagé com a quantidade de combustível que temos aqui”, complementou.
Aulas presenciais serão mantidas até quinta-feira
O prefeito informou que serão mantidas as atividades escolares até a próxima quinta-feira (9). Dessa forma, uma das medidas tomadas com a Smed é a adoção de revezamento do abastecimento de gás das escolas, falta de insumo que já é registrada no município. “E para mantermos a alimentação escolar estamos fazendo o revezamento desses botijões. Assim, até quinta-feira serão mantidas as aulas. A partir da sexta-feira (10) serão interrompidas as aulas e, com isso, um novo comunicado será divulgado na segunda-feira (13) informando a população de Bagé sobre a possível data para retorno das aulas”, afirmou Divaldo reiterando que a situação atual exige atenção tanto para a manutenção do transporte escolar das crianças quanto para a própria produção da merenda, devido à escassez de insumos.
O prefeito Divaldo Lara também destacou que a Defesa Civil local; a Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Direitos do Idoso (Smasi) estão focadas em dar apoio e cobertura às famílias mais necessitadas.
Prejuízos para a safra de grãos
Outro impacto que as elevadas precipitações trouxeram ao município está na produção agropecuária. Divaldo Lara ressaltou que as cheias trouxeram um severo prejuízo para a colheita de grãos. Tanto pelo excesso de chuvas quanto pela dificuldade em acesso a combustível pelos produtores locais. “Com esse quadro deveremos ter perdas gigantescas com relação à produção primária. Isso sem falar que muitos trechos do interior estão altamente prejudicados com a situação das estradas vicinais. E os alertas de chuvas e ventos continuam para Bagé. Não na mesma proporção do que é registrado em outras cidades do estado, mas por isso, precisamos manter o alerta à saúde das pessoas e ao cuidado da nossa população”, enfatizou Divaldo Lara.
O chefe do Executivo de Bagé também salientou à comunidade que os únicos acessos que estão disponíveis para chegada de alimentos e combustível, atualmente, são por Uruguai e Argentina. “Dessa forma, peço a compreensão da população e a necessidade da adoção de medidas de racionamento do uso de combustível e dos demais insumos até que se normalize a situação no Rio Grande do Sul”, pediu o prefeito Divaldo Lara.
Doações para cidades atingidas pelas cheias
Nesta terça-feira, um comboio com as doações arrecadas no final de semana, pela estrutura do governo municipal e a Defesa Civil, com apoio da empresa Expresso São Miguel, Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, iniciativa privada e comunidade em geral saiu de Bagé.