Odair Jose Mannrich, fundador da empresa Versa Engenharia Ambiental, ressalta que os aterros sanitários modernos representam um avanço significativo na gestão de resíduos sólidos. Com o uso de tecnologias específicas, esses sistemas têm reduzido impactos ambientais históricos associados ao descarte inadequado de lixo, como a contaminação do solo e a emissão de gases nocivos à atmosfera.
Ao contrário dos antigos lixões, os aterros sanitários atuais são projetados com barreiras de contenção, sistemas de drenagem, monitoramento de gases e impermeabilização do solo. Essa estrutura permite maior controle sobre os resíduos depositados e minimiza riscos ambientais e sanitários. A modernização desses espaços tem se tornado essencial para cidades que buscam alinhar desenvolvimento urbano e preservação ambiental.
Gestão técnica e normatização ambiental
A operação eficiente de um aterro sanitário moderno exige um conjunto de práticas reguladas por normas ambientais rígidas. O engenheiro Odair Jose Mannrich explica que, desde o licenciamento até o encerramento das atividades, o processo requer acompanhamento técnico especializado, análises periódicas e cumprimento de diretrizes que garantam a segurança da área e da população do entorno.
Além das exigências legais, a gestão adequada do chorume, líquido altamente poluente gerado pela decomposição do lixo, é uma prioridade. Esse material precisa ser coletado e tratado por sistemas específicos, evitando a infiltração no solo e a contaminação de lençóis freáticos. Tecnologias de biofiltros, impermeabilização multicamadas e bacias de contenção são ferramentas comuns nesses processos.
Inovações aplicadas ao controle de emissões
Segundo Odair Jose Mannrich, o uso de tecnologias para capturar e tratar os gases gerados pelos resíduos é um dos pontos de maior evolução nos aterros sanitários. A instalação de sistemas de captação de biogás permite não apenas evitar que gases como o metano sejam liberados na atmosfera, mas também possibilita seu reaproveitamento como fonte de energia renovável.

Essas práticas reforçam o conceito de recuperação energética, integrando os aterros sanitários ao debate sobre produção limpa. Quando captado de forma controlada, o biogás pode ser direcionado a usinas geradoras, transformando um passivo ambiental em ativo energético. Isso contribui para uma matriz mais diversificada e sustentável, além de agregar valor ao próprio sistema de gestão de resíduos.
Monitoramento e segurança ambiental contínua
A estabilidade estrutural e ambiental dos aterros é assegurada por tecnologias de monitoramento geotécnico, sensores de pressão e estações meteorológicas locais. Esses recursos permitem detectar movimentações anormais, variações químicas e condições meteorológicas que possam afetar o funcionamento da área. Com isso, a segurança é reforçada e eventuais riscos podem ser neutralizados antes de se tornarem críticos.
Odair Jose Mannrich observa que o controle também deve continuar após o encerramento das atividades do aterro. O pós-operacional envolve monitoramento contínuo por décadas, garantindo que os efeitos dos resíduos não comprometam o meio ambiente ou a população. Esse cuidado de longo prazo reflete a responsabilidade técnica e ambiental que envolve todo o ciclo de vida de um aterro sanitário.
Integração e tecnologia: o novo paradigma da gestão de resíduos sólidos
A tendência é que os aterros sanitários do futuro estejam cada vez mais integrados a modelos de economia circular. O incentivo à triagem, reciclagem e compostagem ainda na origem dos resíduos reduz a pressão sobre os aterros, permitindo que eles sejam utilizados apenas como última etapa da cadeia. Isso amplia sua vida útil e melhora a eficiência operacional do sistema como um todo.
Odair Jose Mannrich da Versa Engenharia Ambiental LTDA conclui que a gestão moderna de resíduos sólidos exige planejamento intersetorial, inovação tecnológica e engajamento da sociedade. Os aterros, mesmo sendo uma solução de destino final, têm papel fundamental na estrutura ambiental urbana, e seu aperfeiçoamento contínuo representa um avanço estratégico para o país. Ao equilibrar tecnologia e responsabilidade ambiental, os sistemas atuais mostram que é possível transformar o que antes era um problema crítico em parte da solução sustentável.
Autor: Semyon Kravtsov