A busca por modelos produtivos sustentáveis está reformulando o agronegócio global, e a pecuária regenerativa surge como uma das estratégias mais promissoras para o futuro do setor. Segundo o empresário Aldo Vendramin, esse modelo não apenas promove a recuperação ambiental, como também representa uma oportunidade concreta de atrair investimentos nacionais e internacionais interessados em ativos verdes. No Brasil, país com enorme potencial agropecuário, a adoção de práticas regenerativas pode colocar a pecuária em posição de destaque no mercado global sustentável.
O que é a pecuária regenerativa e por que ela atrai atenção
A pecuária regenerativa vai além da sustentabilidade convencional. Trata-se de um sistema que, além de reduzir impactos ambientais, contribui ativamente para restaurar ecossistemas, melhorar a qualidade do solo, aumentar a biodiversidade e capturar carbono da atmosfera. De acordo com Aldo Vendramin, essas características tornam o modelo altamente atrativo para investidores que buscam impacto socioambiental positivo.
Empresas e fundos que seguem critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) estão cada vez mais atentos a cadeias produtivas que aliam rentabilidade com responsabilidade ambiental. A pecuária regenerativa, nesse contexto, se posiciona como um ativo estratégico em um mundo que valoriza a rastreabilidade, a neutralidade de carbono e o uso responsável dos recursos naturais.

O Brasil como polo global da pecuária verde
Com sua extensão territorial, clima diversificado e experiência na produção animal, o Brasil reúne todas as condições para liderar o movimento de pecuária regenerativa. Conforme destaca Aldo Vendramin, a transição para práticas mais regenerativas pode fortalecer a imagem do país como fornecedor de carne com valor agregado ambiental, atraindo parcerias comerciais de longo prazo e abrindo portas para mercados mais exigentes.
Além disso, a crescente pressão internacional por desmatamento zero e produção rastreável faz com que a adoção de modelos regenerativos deixe de ser uma opção e se torne uma exigência estratégica. Investidores atentos a riscos reputacionais e regulatórios tendem a preferir negócios que já incorporam soluções sustentáveis no seu núcleo.
A conexão entre investimentos, inovação e práticas regenerativas
A implementação da pecuária regenerativa exige inovação, tecnologia e capacitação técnica, áreas que tradicionalmente atraem capital de risco, financiamento verde e incentivos públicos. Conforme indica Aldo Vendramin, startups e empresas de base tecnológica que atuam com monitoramento de carbono, manejo de pastagens e biotecnologia são parceiros naturais desse movimento.
O resultado é um ecossistema de inovação voltado para o campo, capaz de alavancar a produtividade de maneira sustentável. Isso cria um ciclo virtuoso: à medida que mais produtores adotam práticas regenerativas, mais dados são gerados, mais investidores se interessam e mais tecnologias são desenvolvidas.
Vantagens competitivas e valorização de ativos
Outro ponto que favorece a atração de investimentos é a valorização dos ativos rurais que aplicam boas práticas ambientais. Propriedades que adotam a pecuária regenerativa tendem a apresentar maior resiliência a mudanças climáticas, menor necessidade de insumos químicos e melhores indicadores de produtividade a longo prazo.
Frisa Aldo Vendramin que essas fazendas tornam-se mais atrativas para arrendamentos, parcerias comerciais e até financiamentos bancários voltados ao setor verde. Além disso, programas de pagamento por serviços ambientais e créditos de carbono criam novas fontes de receita para os produtores comprometidos com a regeneração do solo e do ecossistema.
Um caminho de transformação com ganhos múltiplos
A pecuária regenerativa representa uma virada de chave no campo brasileiro. Ela é, ao mesmo tempo, uma resposta aos desafios ambientais, uma estratégia de posicionamento internacional e uma ponte para novos fluxos de investimento. À medida que mais agentes do setor agropecuário aderem a esse modelo, o Brasil se fortalece como protagonista de uma nova economia rural baseada em regeneração, inovação e inclusão.
Ao adotar esse caminho, o país mostra que é possível conciliar produtividade e responsabilidade ambiental, com benefícios concretos para produtores, investidores e para o planeta.
Autor: Semyon Kravtsov